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Risco de epidemia de sarampo provoca novo alerta na saúde de Minas Gerais


Enquanto lidam com a escalada da febre amarela, autoridades sanitárias do estado chamam a atenção para a necessidade de vacina contra outra virose, reintroduzida no país pela migração.

Em meio à escalada dos casos de febre amarela em Minas Gerais, outra doença entra no radar das autoridades sanitárias mineiras e faz soar o alerta no estado: o sarampo. Casos da moléstia foram registrados em Roraima, na Região Norte do Brasil, que vem recebendo um grande número de venezuelanos. O país vizinho enfrenta surto da enfermidade. Recentemente, outras confirmações foram registrada em países da Europa. Com a aproximação do vírus, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) ressalta a importância da vacinação, única forma de prevenção contra a virose.

Mesmo depois de a doença ser erradicada no país, autoridades já temiam seu retorno, principalmente devido à migração na Região Norte. Em Minas, os últimos casos autóctones – quando a transmissão acontece dentro do próprio território do estado – foram em 1999, quando ocorreram nove notificações.



A transmissão do sarampo pode ocorrer de uma pessoa a outra, por meio de secreções expelidas ao tossir, falar, espirrar ou até na respiração. O contágio pode se dar ainda por dispersão de gotículas no ar em ambientes fechados. Por isso, é considerada uma doença infecciosa viral extremamente contagiosa. Os principais sintomas são manchas avermelhadas em todo o corpo, febre alta, congestão nasal, tosse e olhos irritados, além de poder causar complicações graves, como encefalite, diarreia intensa, infecções de ouvido, pneumonia e até cegueira, sobretudo em crianças com problemas de nutrição e pacientes imunodeprimidos.

A Secretaria de Estado da Saúde já havia emitido um alerta relativo à doença, devido a casos que surgiram no continente europeu. “A preocupação vem desde a ocorrência de casos na Europa, justamente no início das férias do ano passado, diante da possibilidade de as pessoas viajarem a países com circulação do vírus e retornarem com a doença. Agora, como a Venezuela está em surto, inclusive com casos de moradores do país vizinho vindo para o Brasil, se faz necessário esse novo cuidado”, alerta Gilmar José Coelho Rodrigues, coordenador da Vigilância Epidemiológica de Doenças e Agravos Transmissíveis da pasta.

Em Minas Gerais, dois casos da doença foram confirmados em 2013. Os pacientes, dois irmãos, contraíram sarampo em uma viagem à Flórida, nos Estados Unidos. Mas casos com transmissão dentro do estado aconteceram pela última vez há quase 19 anos, com registro entre nove moradores.

BAIXA PROTEÇÃO
O vírus é muito comum na infância, mas pode acometer pessoas de qualquer idade. Em Minas, a vacinação ainda não atingiu a meta de 95% das crianças de 1 ano imunizadas. A estimativa é de que em janeiro a taxa de imunização tenha chegado a 88%, embora as doses estejam disponíveis em todas as unidades básicas do Sistema Único de Saúde (SUS).

Crianças de até 1 ano devem receber duas doses: a primeira com 12 meses de vida, como parte da tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola), e a segunda aos 15 meses, com a tetra viral (que inclui proteção contra a varíola). Pessoas com até 49 anos que não receberam as duas doses devem atualizar o cartão de vacinação. “Quem não tem o cartão deve ir ao serviço de saúde mesmo assim. Lá essas pessoas vão passar por uma avaliação dos profissionais de saúde, para saber se devem ou não receber a dose”, disse o coordenador da Vigilância Epidemiológica estadual.

A imunização é especialmente importante para profissionais dos setores de turismo e transporte que trabalham em hotéis e aeroportos. O mesmo vale para pessoas que vão seguir para regiões endêmicas. Mulheres grávidas devem ser vacinadas somente em situações de alto risco de exposição ao vírus do sarampo. Já pacientes com leucemia, linfomas e outros problemas que afetem a imunidade precisam ser avaliados individualmente.

Prontuário

Confira características do sarampo e como se proteger

» A doença
O sarampo é uma doença infecciosa viral extremamente contagiosa. A transmissão se dá por meio de secreções das vias respiratórias, podendo ser transmitida diretamente de uma pessoa a outra por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O contágio pode acontecer também por dispersão de gotículas no ar, em ambientes fechados como escolas, creches ou ônibus.

» Sintomas
Os principais são febre alta, manchas avermelhadas em todo o corpo, congestão nasal, tosse e olhos irritados, mas a virose pode causar complicações mais graves, como encefalite, diarreia intensa, infecções de ouvido, pneumonia e até cegueira, sobretudo em crianças com problemas de nutrição e pacientes imunodeprimidos.

» Indicação da vacina
Criança de 1 ano de idade deve ser vacinada com duas doses: a primeira aos 12 meses, com a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola), e a segunda aos 15 meses, com a tetra viral (inclui proteção contra varíola). Homens e mulheres de até 49 anos que não foram vacinados devem receber a dose. Profissionais dos setores de turismo e transporte devem ter atenção especial com a imunização.

» Onde se vacinar
A vacina está disponível em todas as unidades básicas de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). A cobertura vacinal em Minas Gerais está em 88%. A meta é chegar a 95%.

Cuidados

» Higiene das mãos com água e sabão (depois de tossir ou espirrar, depois de usar o banheiro, antes de comer, antes de tocar olhos, boca e nariz)
» Usar lenço de papel descartável
» Proteger com lenços a boca e nariz ao tossir ou espirrar, para evitar disseminação de gotículas
» Orientar para que o doente evite sair de casa enquanto estiver em período de transmissão da doença (de cinco a sete dias após o início dos sintomas)
» Evitar aglomerações e ambientes fechados (devem-se manter os ambientes ventilados)

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG)
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Autor: Daniel Carlos

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