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Luziense Portador de doenças raras tenta arrecadar R$ 200 mil para tratamento fora do Brasil


Preso à cadeira de rodas, ele usa as redes sociais na tentativa de obter dinheiro para tratamento na Espanha que promete estabilizar os sintomas

Nem a imobilidade, nem as sucessivas cirurgias e muito menos a aposentadoria precoce tiram a fé e a esperança de Breno Sales de Freitas, de 37 anos, portador de doenças raras que o prendem à cadeira de rodas. Sonhos e planos também continuam em alta, tanto que o morador de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, graduado em sistema da informação, leva adiante uma campanha para conseguir recursos e fazer um tratamento em Barcelona, na Espanha. Além de usar as redes sociais, Breno recebe a ajuda dos amigos e familiares para a vaquinha virtual, rifas, festas, incluindo uma a fantasia, e outras formas de atingir a importância de R$ 200 mil.

“Estamos aí, chegando junto”, diz com entusiasmo o pai de Breno, Aguinaldo Soares de Freitas, que, ao lado da mulher, Marly Sales de Freitas, ambos aposentados, devota todo o tempo possível ao caçula – o casal tem mais dois filhos que já lhes deram dois netos. Ao lado, sem esconder a emoção na lágrima que escapa aos olhos, Marly diz que não existe cansaço quando se trata de um filho. “Desde o momento em que tivemos o diagnóstico, falei para mim mesma: ‘Meu filho pode contar comigo’”, afirma a mãe, reunindo os últimos exames que serão levados ao médico num hospital da capital.

Casado com a professora Ana Carolina e residente na casa dos pais no Bairro São Geraldo, na cidade vizinha, Breno contou, ontem, um pouco da sua história, que começou a mudar de forma radical aos 23 anos. Na época, trabalhando numa empresa de metalurgia, ele começou a sentir dormência na mão direita. “Minha adolescência foi normal, nunca tive nada. Gostava de jogar bola, andar de bicicleta, então fiquei surpreso demais com tudo isso”, afirmou. Na consulta com um neurologista, recebeu o diagnóstico de siringomielia – uma cavidade dentro da medula espinhal, que afeta as células nervosas; como a cavidade central deixa a medula com um aspecto de flauta (syrinx, em grego), a doença ganhou esse nome.

Na época do diagnóstico, Breno já namorava Ana Carolina. “São 15 anos de relacionamento, sendo cinco de casados.” Hoje tetraplégico, ele diz que a mulher tem demonstrado um amor incondicional e, sem ela e os pais, seria muito difícil conduzir a vida. Pouco antes de a reportagem chegar à casa, a mãe lia para o filho trechos da biografia de Cazuza. “Gosto muito de livro, de ficar na internet e conversar com os amigos, que estão sempre por perto”.


SEM DORES 

Em 2005, os problemas de saúde de Breno se agravaram, e o médico deu um novo diagnóstico, que veio se somar à siringomielia. Dessa vez, era a síndrome de Arnold-Chiari, que também afeta a medula espinhal e o crânio. “São doenças congênitas e degenerativas, que surgem no início da fase adulta e não têm caráter hereditário. Felizmente, não sinto dores, a não ser uma certa falta de ar devido à pressão na coluna”, explica.

Mas a vontade de viver fala mais alto e Breno não perde a confiança na ciência. Procura daqui, busca dali, ele descobriu na internet um tratamento em Barcelona, com uma técnica inovadora que permite a descompressão na região sacral (base da coluna) e libera a pressão medular. “Não é a cura, mas o tratamento estabiliza a doença. Se conseguir viajar para a Espanha, poderei respirar melhor. Não perco a fé de jeito nenhum”, resume, adiantando que deverá ficar de 15 a 20 dias em Barcelona com um acompanhante.

Já são quase 11h e os pais se preparam para levar Breno ao hospital em BH. Marly segura os envelopes com os exames recentes e Aguinaldo vai empurrando, cuidadosamente, a cadeira de rodas. No rosto, Breno traz acesa a chama da esperança. E não perde o bom humor. Quando o repórter pergunta se ele já está estudando espanhol, brinca: “ Um poquito”.

Veja os sites com as informações sobre a campanha de Breno Sales de Freitas

www.todoscomobreno.com.br
https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-a-ajudar-o-breno

Fonte: Estado de Minas

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Autor: Daniel Carlos

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